1º OPEN NORLÚCIO 2016
Considerando as excecionais potencialidades da região e a valorização dos recursos naturais o 1º Open Norlúcio 2016 só poderia ter lugar numa das mais aprazíveis massas de água do nordeste transmontano, a mítica albufeira do Azibo. Local de eleição para a prática da pesca desportiva onde para além de outras espécies reina o mais inclemente dos peixes de água doce, o lúcio (exox lucius).
Bem aclamado por uns, importunado por outros este titânico de nobre caris faz as delícias dos aficionados da pesca aos grandes predadores, que nem demovidos pelas condições atmosféricas adversas deixaram de comparecer neste evento, que contou com a presença de 23 participantes vindos de vários recantos do país.
A prova teve início às 9 da manhã, onde depois de esclarecidas todas as dúvidas, e dadas as recomendações necessárias sobre o método de retenção e registo das capturas os participantes puderam dar asas à sua aspiração pela captura do primeiro lúcio.
À medida que os primeiros lançamentos iam surgindo parecia que a albufeira estava desprovida de peixe, pois nem nos locais mais favoráveis o lúcio fazia justiça à sua reputação de devorador implacável. Mas, nem isso demoveu os persistentes pescadores, que na esperança que cada lançamento efetuado acarretasse em si algo nunca vislumbrado, iam arremessando as amostras tentando a sua sorte que não tardou a sorrir para Pedro Moreira, que inaugurou o evento com um lúcio a trespassar o limite mínimo de captura estipulado para a prova, aumentando assim as expectativas por parte de todos os pescadores.
Depois de centenas de lançamentos efetuados e quilómetros percorridos pelas amostras dentro de água, foi necessário esperar quase pelo fim da prova para que surgisse a segunda captura. Tiago Balsa próximo da entrada de um ribeiro ao terceiro ataque crava o lúcio que o viria a consagrar o campeão deste primeiro Open Norlúcio.
Com os últimos minutos a aproximarem-se e o temporal a arbitrar o final da prova todos os pescadores começaram a deslocar-se até ao local de partida onde viria a ser dado o término da prova.
Já com o estômago a dar horas, a “prova” prosseguiu para o restaurante Panorama onde todos os participantes puderam degustar a famosa “posta à mirandesa”, num ambiente de confraternização em que as aventuras vivenciadas e o futuro da pesca foram temas centrais. No final do almoço realizou-se a entrega de prémios, onde se sorteou o 3º, 4º e 5º classificados, seguidos dos agradecimentos a todos os participantes que contribuíram para o sucesso deste evento que não foi apenas uma prova de pesca, mas a confirmação de que a pesca move multidões e de que a modalidade do catch and release está a ganhar cada vez mais adeptos.
No global foi uma prova que fica marcada pelo reduzido número de capturas, o que demonstra que existe muito trabalho a fazer no que respeita à conservação e valorização das espécies nesta massa de água, com colossais potencialidades e ao reconhecimento deste desporto como um fator de desenvolvimento e turismo rural.
Texto: Daniel Sanches
Fotos: Tiago Lemos